31/05/2013 – Nos EUA, Justiça falha em evitar mortes de mulheres ao não coibir porte de armas

31 de maio, 2013

Como mandados de proteção da maioria dos Estados americanos não exigem entrega de armas de fogo, advogados de vítimas de violência doméstica reivindicam leis mais rígidas

(iG) No início do ano passado, depois de uma série de encontros assustadores com seu ex-marido, Stephanie Holten foi a uma corte em Spokane, Washington, para obter uma mandado de proteção temporária.

Seu ex-marido, Corey Holten, ameaçou colocar uma arma em sua boca e puxar o gatilho, ela relatou em seu pedido. Ele também disse que a “furaria” caso seu novo namorado “chegasse perto dos meus filhos”. Em letras garrafais, ela escreveu: “Ele tem porte de armas e tenho medo.”

O juiz proibiu Corey Holten de chegar a duas quadras da casa de sua ex-mulher e impôs uma série de outras restrições. Mas não exigiu que ele entregasse suas armas.

Cerca de 12 horas depois de ter sido notificado da decisão, Corey Holten ficou esperando até que sua ex-mulher voltasse para casa de um encontro romântico com seus dois filhos a tiracolo. Armado com um rifle semiautomático que havia comprado havia vários meses, ele saiu de seu carro e apontou a arma contra seu peito. Ele a empurrou para dentro da casa, gritando que a mataria.

“Lembro-me de pensar: preciso da polícia”, escreveu mais tarde em comunicado à polícia. “Ele vai me matar em minha própria casa. Vou morrer! ”

Stephanie Holten, no entanto, conseguiu ligar para a polícia em seu celular e o colocou sob um cobertor no sofá. O atendente do outro lado da linha ouviu Stephanie implorar por sua vida e rapidamente enviou policiais ao local. Enquanto subiam as escadas com suas armas em punho, Corey Holten se entregou. Eles encontraram Stephanie encolhida, histérica, no chão.

Apesar de toda raiva e terror, o episódio poderia ter sido evitado. Se Corey Holten vivesse em muitos outros Estados americanos, o mandado de proteção o teria forçado a entregar suas armas de fogo. Mas esse não é o caso em Washington e na maior parte do país, graças à influência da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês) e seus aliados.

Advogados de vítimas de violência doméstica há muito tempo vêm solicitando leis mais rígidas relacionadas ao controle de armas e mandados de proteção. Seu argumento está enraizado em uma triste estatística: quando uma mulher é morta por um parceiro, frequentemente ele tem uma arma. Diante desse frágil drama humano, afirmaram, o direito de portar armas deveria ceder espaço à necessidade de proteger a vida de uma mulher.

Para ler na íntegra, acesse: Nos EUA, Justiça falha em evitar mortes de mulheres ao não coibir porte de armas (Compromisso e Atitude – 31/05/2013) 

 

Nossas Pesquisas de Opinião

Nossas Pesquisas de opinião

Ver todas
Veja mais pesquisas