(Folha de S.Paulo, 10/08/2016) O volume de casos de assédio sexual que chegaram à Justiça da Grande São Paulo e da Baixada Santista caiu no ano passado -foram 600 a menos que em 2014.
A diminuição acontece mesmo com mais demanda -a quantidade total de processos aumentou em mais de 8% no mesmo período.
O assédio sexual no trabalho é subnotificado, diz Ítali Collini, do núcleo de pesquisa de gênero da faculdade de economia da USP. “Mulheres com pouca visibilidade sentem-se desamparadas para buscar a Justiça.”
O aumento do desemprego pode ter amedrontado as potenciais denunciantes, diz Maria José Tonelli, que dá aulas sobre a mulher no mercado de trabalho na FGV.
“Existe, no entanto, uma tendência de aumento no Brasil, pois hoje há mais mulheres que se assumem como feministas, e há muita circulação de informação tanto na mídia como nas redes sociais”, afirma Tonelli.
Nos Estados Unidos, as histórias do comediante Bill Cosby e do executivo de TV Roger Ailes tiveram repercussão que podem trazer um aumento de demandas judiciais.
Uma reportagem publicada no “New York Times” aponta que mais gente deve ir à Justiça -nos anos 1990, um caso que envolvia um juiz da Suprema Corte dos EUA teve esse efeito.
Maria Cristina Frias
Acesse o PDF: Caem queixas de assédio sexual na Justiça de SP (Folha de S.Paulo, 10/08/2016)