Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a ONU Mulheres reuniram-se em Maputo para discutir as contribuições das mulheres a processos de paz. Prevenção da violência de gênero em situações de conflito também entrou na pauta do seminário organizado com apoio de autoridades moçambicanas.
(ONU Brasil, 01/11/2016 – acesse no site de origem)
Em Maputo, Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a ONU Mulheres reuniram-se em outubro (13) para debater o papel das mulheres na prevenção e resolução de conflitos armados.
Seminário organizado pelas duas entidades em parceria com o Ministério do Gênero, Criança e Ação Social de Moçambique discutiu resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas dedicada ao tema e à violência contra o público feminino em contextos de guerra.
Aprovada em 2000, a deliberação 1325 do organismo decisório determina que perspectivas de gênero sejam incorporadas a todos os esforços de segurança da ONU e que mulheres tenham participação igual em processos de negociação, construção e manutenção da paz, bem como nas repostas a crises humanitárias.
A decisão também pede às partes em confronto que tomem medidas especiais para proteger mulheres e meninas de formas de violência baseadas em gênero, como estupro e outros tipos de abuso sexual.
Durante o seminário, representantes das Forças Armadas de Moçambique, Portugal, Brasil e Angola traçaram um panorama da implementação da resolução em diferentes países. Dados estatísticos sobre violência contra a mulher em crises de segurança e impactos do sofrimento sobre a saúde mental também entraram na pauta do seminário.
O encontrou contou ainda com a apresentação de um documento que planeja mapear o progresso na África Oriental e Meridional da internalização de deliberações do Conselho de Segurança.
A ONU Mulheres considera que a reunião acontece num momento sensível para Moçambique, onde a violência armada vive um momento de escalada após confrontos contínuos entre as forças do governo e o partido de oposição Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).
Lembrando que, no setor de segurança, processos tendem a ser planeados, acordados, e implementados por homens, a agência das Nações Unidas descreveu o encontro como “um passo pequeno, mas significativo” para a integração das questões de gênero no setor de defesa da CPLP.