Especial do CORREIO sobre violência sexual contra mulheres é indicado ao Latam Digital Media Awards

14 de setembro, 2016

O ‘Silêncio das Inocentes’ foi resultado de quatro meses de investigação

(Correio 24 Horas, 14/09/2016 – acesse no site de origem)

Pelo segundo ano consecutivo, o CORREIO foi indicado ao Latam Digital Media Awards, prêmio organizado pela Wan-Ifra (Associação Mundial de Jornais, na sigla em inglês) que reconhece trabalhos de excelência em mídia digital em toda a América Latina. Publicado no site do jornal em dezembro do ano passado, o especial O Silêncio das Inocentes, sobre a violência sexual contra mulheres em Salvador, chega à final do Latam na categoria Melhor Novo Produto.

A série do CORREIO é um dos três trabalhos brasileiros (único do Nordeste) entre os 20 indicados ao prêmio. O Silêncio das Inocentes concorre com reportagens da Folha de S. Paulo e do jornal La Nación, da Argentina.

O Silêncio foi resultado de quatro meses de investigação dos repórteres Thais Borges, Alexandre Lyrio e Clarissa Pacheco, sob coordenação do editor de Inovação do jornal, Juan Torres. No ano passado, a série Tempo Perdido, sobre jovens que cometem atos infracionais, produzida por Alexandre Lyrio, Edvan Lessa e Juan Torres, foi indicada à mesma categoria do Latam.

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Página do projeto O Silêncio das Inocentes, do CORREIO, indicado a prêmio internacional (Foto: Reprodução)

Já em maio deste ano, o próprio O Silêncio das Inocentes conquistou o primeiro lugar no INMA Global Media Awards 2016, maior prêmio de mídia do mundo, considerado o Oscar dos jornais. O CORREIO venceu na categoria Best Idea to Grow Digital Readership/Engagement Regional (Melhor Ideia para Aumentar Leitura Digital ou Engajamento). O Latam é uma espécie de “Libertadores” do Jornalismo. O vencedor do prêmio vai ser conhecido em novembro — quem ganha, ainda disputa uma final com produções vencedoras em outras partes do mundo.

A página do especial foi acessada por mais de 100 mil pessoas. Ao elaborar um mapa do estupro em Salvador e expor as histórias de mulheres estupradas, além das falhas no acolhimento às vítimas e os perfis de estupradores, O Silêncio motivou uma audiência pública convocada pelo Ministério Público da Bahia (MP–BA). O evento, coordenado pela promotora Márcia Teixeira, do Grupo de Atuação em Defesa da Mulher (Gedem), foi transmitido ao vivo pela internet.

Durante a audiência, foi anunciada parceria do CORREIO com a campanha Chega de Fiu Fiu. A campanha, iniciativa da ONG Think Olga, permite a denúncia anônima de assédios e estupros e é uma das maiores referências do Brasil na luta contra a violência contra a mulher. “Estamos muito felizes pelo reconhecimento. Dedico essa indicação a todas as vítimas, conhecidas e desconhecidas. É por elas que nós existimos. É por elas que tocamos este projeto”, disse Thais Borges, que propôs o tema da pauta.

Projeto motivou audiência pública no MP-BA para discutir casos de violência sexual (Foto: Evandro Veiga/CORREIO)

“Esta indicação é mais uma prova de que a gente conseguiu dar voz às inocentes. Sem dúvida, este trabalho é o que mais me tocou emocionalmente em mais de 15 anos de Jornalismo”, admitiu Alexandre Lyrio.

“Fico muito feliz com mais esse reconhecimento e isso só demonstra o quanto este tema ainda precisa ser tratado com cuidado, respeito e seriedade”, completou Clarissa Pacheco.

O editor de inovação do CORREIO destacou a importância do prêmio e o impacto que a série teve nas redes sociais. “Este projeto foi marcante para a redação tanto pela inovação quanto pela repercussão. Fomos acessados por mais de 100 mil. É muito bom ver que nosso trabalho, além de ter conseguido chamar a atenção para um problema tão dramático, também é reconhecido pelos maiores especialistas do Jornalismo mundial”, afirmou.

Infelizmente, o reconhecimento é do tamanho da gravidade do problema. O mapa do estupro da série de reportagens mostrou que, entre janeiro e outubro de 2015, 442 casos foram registrados em delegacias de Salvador, segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP) — uma média de 1,4 denúncias por dia.

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