Prefeitura de SP reduziu orçamento de Centros de Defesa e Convivência da Mulher em R$ 3 milhões, mesmo com alta de 31% no número de atendimentos.
(G1, 16/06/2017 – acesse no site de origem)
O atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica aumentou 31% nos centros de defesa e convivência da capital paulista, no primeiro trimestre de 2017. Apesar da alta, a gestão do prefeito João Doria cortou em R$ 3 milhões a verba repassada para o funcionamento dos espaços.
Nos três primeiros meses de 2016, 9.228 mulheres procuraram ajudam nos Centros de Defesa e Convivência da Mulher (CDCM) espalhados pela cidade. Em 2017, no mesmo período, 12.138 atendimentos foram realizados.
Os bairros líderes em atendimento são os do Campo Limpo, na Zona Sul, e Itaim Paulista, Guaianases e Cidade Tiradentes, na Zona Leste. Todos registraram mais de 1 mil casos de violência doméstica no trimestre.
Os casos mais comuns que são levados aos CDCMs são de estupros, ameaças e espancamentos, que podem até terminar em mortes. Entre janeiro e abril deste ano, sete mulheres foram assassinadas.
Neide de Fátima Martins Abati é presidente da ONG União Popular de Mulheres, que auxilia as mulheres no Campo Limpo. De acordo com ela, as vítimas de violência doméstica estão em todas as classes sociais, das mais baixas às mais altas.
Mesmo com o crescimento no número de atendimentos, as instituições que cuidam das mulheres passarão a receber menos dinheiro da Prefeitura. Documentos obtidos pelo SPTV, por meio da Lei de Acesso à Informação, mostram que o orçamento anual das casas foi reduzido de R$ 27,7 milhões para R$ 24,7 milhões.
A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social afirmou que não houve redução na capacidade de atendimento, apesar do corte no repasse de recursos. Segundo a pasta, a Prefeitura oferece cinco serviços exclusivos para as mulheres, com capacidade para fazer quase 3 mil atendimentos por mês.
César Galvão