Crimes de estupro são constantemente registrados nos relatórios de ocorrências dos batalhões de polícia militar em todo o estado de Alagoas. As mulheres vítimas desse tipo de crime muitas vezes não sabem como proceder após o abuso.
(7 Segundos, 28/10/2016 – acesse no site de origem)
O Portal 7 Segundos conversou com a diretora do Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CRAMSV), Aline Daiane Silva, sobre o assunto e ela deixou claro que as medidas preventivas para a preservação da saúde são mais importantes que a própria denúncia junto à polícia.
“A primeira coisa que perguntamos quando uma mulher é encaminhada para o nosso órgão é se ela passou pelo processo de profilaxia. Esse tipo de trabalho é realizado em Maceió, geralmente na Maternidade Santa Mônica, e é indispensável para quem foi estuprada, pois vai evitar as doenças sexualmente transmissíveis e até mesmo uma gravidez indesejada”, disse a responsável pelo órgão.
Como o trabalho de profilaxia não é realizado em Arapiraca, a prefeitura disponibiliza um carro para que a vítima de violência sexual seja encaminhada até a capital do estado.
“Essa é a parte mais importante de todo o processo, pois o prazo de contaminação das doenças é de apenas 72 horas”, informou Aline.
Depois de cuidar da saúde é que a delegacia dá início às invesgidações. Vale ressaltar que crimes de estupro são de ação penal incondicionada, ou seja, mesmo que a vítima não queira mais proceder, a investigação procede.
“O interesse da prisão de um estuprador não é só da vítima, mas da sociedade. Todo mundo está em risco quando tem um estuprador a solta”, continuou a diretora do Cramsv.
Trabalho de empoderamento para vítimas de violência doméstica
Atualmente são três pessoas na equipe técnica do Cramsv: uma advogada, uma psicóloga e uma assistente social, mas todo o trabalho é realizado de forma integrada, com todas as secretarias municipais.
Além do auxílio jurídico, todo um trabalho de empoderamento deve ser realizado para que essas mulheres consigam sair da situação de violência, já que muitas delas são vítimas dentro da própria casa onde moram.
“Temos um grupo de apoio muito importante para que essas mulheres entendam que não precisam mais sofrer violência doméstica. Junto aos outros órgãos municipais, damos subsídeos para que as vítimas tenham condições de quebrar os ciclos de dependência com seus agressores, sejam afetiva ou financeira”, explica.