(Época, 16/02/2016) Como explicar a sensação de ver sua foto íntima compartilhada com mais de 15 mil pessoas por e-mail e em páginas na internet? Há quase dez anos, Rose Leonel, que tem 45 anos e é jornalista, sentiu na pele. Moradora de Maringá, no interior do Paraná, ela foi uma das primeiras vítimas no Brasil da pornografia de vingança (a divulgação de imagens íntimas sem consentimento na internet) a conseguir condenar o ex-namorado, responsável por disseminar o conteúdo na rede, distribuir panfletos em esquinas e até publicá-las em sites internacionais. Rose perdeu o emprego, quase perdeu os filhos – um deles acabou indo morar no exterior por não aceitar a exposição – e até a própria vida, quando foi condenada a ostracismo e exclusão. “Quanto vale uma vida?”, questiona sobre o crime, que atinge cada vez mais mulheres – em sua maioria – e gera danos irreparáveis à vida das vítimas. “Nós, mulheres, precisamos de um apoio psicológico, jurídico, em todos os âmbitos para trabalhar contra o crime virtual”, afirma. Pensando em suprir essa necessidade, Rose criou a ONG Marias da Internet para amparar e oferecer serviço àquelas que sofreram exposição. Ela afirma que a pornografia de vingança é um crime que se perpetua porque é praticamente impossível retirar o material da internet para sempre. “É como se alguém lhe desse uma facada e ficasse lá, remoendo, e a cicatriz nunca se fechasse”, diz em entrevista a ÉPOCA.
Acesse a íntegra no Portal Compromisso e Atitude: “O que difere a pornografia de vingança dos outros crimes é a continuidade”, explica Rose Leonel (Época, 16/02/2016)