(Rádio ONU, 16/05/2016) Agência da ONU afirmou que mais de 200 milhões de mulheres e meninas sofrem desse problema que atinge 30 dos 54 países na África; organização diz que mutilação genital causa danos graves à saúde e viola direitos.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, lançou um novo guia, esta segunda-feira, com recomendações para o tratamento de mais de 200 milhões de mulheres e meninas vítimas de mutilação genital.
Segundo a agência da ONU, a mutilação genital feminina não tem qualquer benefício de saúde. Ao contrário, ela pode causar graves danos e viola os direitos de mulheres e meninas.
Hemorragia
A OMS declarou que a prática pode causar hemorragia, problemas urinários, infecções, cistos e até morte. Além disso, os especialistas disseram que a mutilação genital pode resultar em complicações no parto e no alto risco de morte de bebês.
A migração internacional fez com que a prática, prevalente em 30 dos 54 países da África, chegasse a algumas nações da Ásia e do Oriente Médio.
Para a OMS, os trabalhadores de saúde do mundo inteiro precisam estar preparados para cuidar de meninas e mulheres vítimas dessa prática.
A diretora-geral assistente da agência, Flávia Bustreo, disse que “acesso à informação correta e ao bom treinamento podem ajudar a prevenir novos casos e garantir a ajuda necessária a milhões de mulheres que sofreram mutilação genital”.
Recomendações
As recomendações da OMS têm como foco a prevenção e o tratamento, tanto de complicações obstétricas como de depressão e ansiedade.
Outro ponto mencionado no guia é para a chamada “medicalização” da mutilação genital. Isto é, quando os pais da menina pedem aos trabalhadores de saúde para realizarem o procedimento por acharem que “será menos doloroso”.
Para a OMS, “é importante que os trabalhadores de saúde não perpetuem essa prática nociva”.
Desde 1997, há um grande esforço internacional para acabar com a mutilação genital feminina. Em 2007, o Unicef e o Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, deram início a um programa para eliminar essa prática.
A OMS deixou claro que uma medida fundamental para evitar a “medicalização” da mutilação genital feminina é a criação de protocolos e manuais para os trabalhadores de saúde.
Edgard Júnior
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