País sofre com a falta de políticas públicas que visem o combate à violência de gênero

04 de novembro, 2021

Segundo estimativa do Fórum Econômico Mundial, só daqui a 135 anos o mundo talvez atinja a equidade de gênero. Enquanto isso, é necessário pensar em ações afirmativas e de educação que ajudem a diminuir agressões a mulheres

(Revista Glamour  | 04/11/2021 / Por Redação)

Carros voadores, viver entre robôs, povoar outros planetas: a cultura pop costuma pintar uma série de cenários no imaginário popular sobre como o futuro pode ser. No fim das contas, não há muito como saber. Ninguém da atual geração viverá para ver como o mundo será daqui a 135 anos, por exemplo. Se a Terra terá a roupagem futurista de Jetsons ou de De Volta Para o Futuro, não sabemos. O que se pode prever é que só daqui a 135 anos o mundo talvez consiga atingir a equidade de gênero. A estimativa é do Fórum Econômico Mundial, divulgada em março em seu relatório anual sobre o tema, o Global Gender Gap Report 2021. Até então, a previsão anterior era de 99 anos. Ou seja, em um período de 12 meses, por conta da pandemia da Covid-19, o mundo se distanciou ainda mais de uma sociedade em que homens e mulheres serão vistos e tratados como iguais.

Nociva por uma série de motivos, a desigualdade de gênero é o cerne de um dos maiores problemas enfrentados pelas mulheres desde sempre e em todos os lugares: da importunação sexual ao assédio, agressões, estupro ou feminicídio, todas lidam com essas diferentes formas de violência porque foi institucionalizado que isso poderia acontecer e que homens possuíam o direito de fazê-las. Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, avalia que essas condutas têm uma construção social que é machista e misógina.  “O assédio e a importunação sexual são pautados por uma relação de poder muito desigual entre homens e mulheres. Ao pensarmos em causa e solução, se o que está causando o problema é um padrão de masculinidade, a gente tem que transformar a realidade através da educação”, diz.

Coube ao apelo popular a criminalização de uma série de condutas, como aconteceu recentemente com a violência psicológica e com o stalking, que é a perseguição reiterada, por qualquer meio, como a internet, que ameace a integridade física e psicológica de alguém. Há três anos a importunação sexual também se tornava um novo tipo penal. Até 2018, era considerada uma contravenção, um crime de menor potencial ofensivo. “Acho importante que a gente tenha hoje no nosso código penal uma previsão de importunação sexual como um crime, por exemplo. Talvez seja uma das únicas formas de chamar a atenção das instituições públicas e da sociedade sobre a gravidade do problema”, afirma Samira.

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