(Seppir, 17/11/2015) Lançamento ocorreu na abertura da 3ª Conferência Nacional de Juventude. Casos de racismo e violações contra comunidades tradicionais serão recebidos no serviço de teleatendimento
A presidenta Dilma Rousseff lançou nesta quarta-feira (16/12), em Brasília, dois módulos do serviço Disque 100. O primeiro receberá denúncias de violações contra a juventude negra, mulher ou população negra em geral; o segundo, denúncias de violações contra comunidades quilombolas, de terreiros, ciganas e de religiões de matriz africana.
“A juventude negra e a mulher negra são, hoje em dia, dois dos maiores grupos que sofrem violência e são vítimas do racismo. Espero que o Disque 100 seja o portal para enfrentar essa chaga que permanece no Brasil, fruto de séculos de escravidão”, justificou Dilma ao anunciar o serviço.
O anúncio foi feito durante a abertura da 3ª Conferência Nacional de Juventude, evento que reúne três mil participantes na capital federal entre os dias 16 e 19 de dezembro e discute políticas para os jovens de todo o país.
A ministra das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, participou do evento e foi lembrada pela presidenta Dilma Rousseff no trabalho pela expansão dos serviços do Disque 100.
Além de anunciar mudanças no Disque 100, Dilma anunciou publicamente que o recém-criado Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos agregará também a Secretaria Nacional da Juventude.
“É preciso dizer, e nessa ordem, que o Ministério é: Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos. Primeiro vem as mulheres e por último os direitos humanos, que contemplam vários grupos”.
Dilma destacou que a continuidade das políticas para a juventude são uma conquista para os jovens, e demonstram a luta pela continuidade de um projeto de Estado.
Luta Política
A abertura da Conferência foi marcada por discursos políticos em defesa do governo e contra o processo de impeachment aberto no último dia 2/12 pela Câmara dos Deputados.
A presidenta defendeu seu mandato, sobretudo por significar a continuidade de um projeto de país.
“Muitas vezes a luta é para conquistar direitos e, em algumas vezes, é para não retroceder. Atualmente a luta é para conquistar e não retroceder”.
Dilma afirmou que muitos de seus opositores “não resistem a uma pesquisa no Google”, e que o processo de impeachment é constitucional, mas só é legítimo com a existência de um crime.
“Por isso nós dizemos que é um golpe. Aqueles que tentam me tirar não conseguem achar uma razão consistente. Isso é o que chamamos de golpe. A Constituição não prevê a invenção de motivos, por isso é golpe”, defendeu.
O discurso foi interrompido diversas vezes aos gritos de “não vai ter golpe” e outras palavras de ordem dos participantes da Conferência.
A manifestação de apoio foi compartilhada pelo presidente do Conselho Nacional de Juventude, Daniel Souza.
“Que esse governo se coloque cada vez mais à esquerda e com o povo”, defendeu o representante da sociedade civil.
Daniel disse que os jovens não admitem retrocessos e que o Brasil mudou para melhor nos últimos anos. Segundo o representante, é preciso um esforço coletivo para vencer o processo de impeachment e continuar a luta por mais direitos.
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