Luana faleceu após espancamento cometido por policiais militares em abril de 2016, no interior de SP
(Alma Preta, 18/04/2018 – acesse no site de origem)
A Polícia Civil de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, finalizou inquérito policial relativo à investigação da morte de Luana Barbosa dos Reis, que ocorreu em 13 de abril de 2016. E a conclusão aponta para as lesões corporais sofridas pela jovem terem desencadeado a tragédia.
Após a finalização do inquérito e a tomada dessa decisão, o Ministério Público torna-se responsável por denunciar ou não os PMs André Donizeti Camilo, Douglas Luiz de Paula e Fábio Donizeti Pultz, do 51º Batalhão da Polícia Militar.
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Reportagem publicada pelo Alma Preta em 12 de abril mostrou que um dos policiais responsáveis pela abordagem que culminou no óbito de Luana havia voltado a trabalhar nas ruas. No entanto, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) não soube informar qual profissional havia voltado a atuar em “atividade operacional”.
Além disso, quando havia sido questionada pela reportagem do Alma Preta sobre o retorno desse agente às ruas, a PM informou que o inquérito instaurado para apuração do caso havia sido encerrado e relatado, e que aguardava por decisão judicial em relação aos policiais.
A corporação havia também relatado que “além do processo criminal, os PMs também respondem a um procedimento administrativo”.
O crime
Negra, lésbica e moradora da periferia, Luana foi abordada por policiais militares na periferia de Ribeirão Preto, quando levava seu filho de 14 anos à aula de informática, e foi espancada após solicitar presença policial feminina para ser revistada – o procedimento para revista feminina é recomendado pela legislação brasileira.
Após a abordagem, a jovem foi encaminhada à Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE), mas morreu após cinco dias após as agressões.
De acordo com laudo do IML (Instituto Médico Legal), Luana morreu em consequência de isquemia cerebral e traumatismo crânio-encefálico consequentes do espancamento sofrido.