Um buquê com flores amarelas enfeita a sala de Edilene Lôbo no maior tribunal de justiça eleitoral do Brasil. Ela se vira para pegá-lo e conta que o ganhou há dias como uma das parabenizações por sua nomeação.
No início de agosto ela se tornou a primeira ministra negra a ocupar uma cadeira no Tribunal Superior Eleitoral, o TSE.
“E olha que esses dias eu ouvi um comentário racista de uma pessoa que me disse que eu nem era tão escura”, conta em entrevista exclusiva à Universa.
Apesar de ser uma jurista com vasta experiência em direito eleitoral, administrativo e penal e de ministrar disciplinas na Universidade de Itaúna, em Minas Gerais, Lôbo é constantemente chamada para falar sobre o racismo nas instituições, entre elas a Justiça.
E ela não foge do assunto. Em seu discurso de posse, enfatizou: “Este lugar e esta missão são a um só tempo resultado e ponto de partida de lutas históricas de grupos minorizados para vencer uma herança estrutural de desigualdade de oportunidades”.