(Universa | 13/04/2021 | Júlia Warken)
No dia 13 de abril de 2016, em Ribeirão Preto (SP), morreu Luana Barbosa dos Reis, aos 34 anos. Negra, lésbica, periférica e mãe, sua imagem e seu nome viraram símbolo de mobilização social quase que instantaneamente.
Isso porque, dias antes da data do falecimento, pessoas ligadas ao movimento negro e lésbico do estado de São Paulo passaram a conhecer aquela mulher até então anônima: em 8 de abril correu a notícia de que Luana havia sido espancada por policiais militares em uma abordagem. O motivo? Ela se recusou a ser revistada por agentes do sexo masculino, levantando a blusa para mostrar era mulher.
A morte de Luana Barbosa foi inicialmente investigada pela Justiça Militar, num processo arquivado no início de 2017. Em maio de 2018, o Ministério Público denunciou o caso ao Tribunal de Justiça e, assim, o processo começou a tramitar na Justiça comum.
A família, o Ministério Público e os advogados que dão assistência ao MP apontam que Luana morreu em decorrência de espancamento. No dia 8 de abril, ela levava o filho de 14 anos a um curso de informática quando foi abordada pelos três PMs que hoje são reús. Mãe e filho estavam de moto e, no caminho, Luana parou o veículo em frente a um bar para conversar com um amigo. O bar fica a cerca de 300 metros da casa dela, no bairro Jardim Paiva, e a abordagem aconteceu ali.