Negro drama

22 de setembro, 2017

Ser homem negro no Brasil é conviver com uma série de estereótipos, que envolvem gênero, raça e classe social. Discutir isso é reiterar a noção básica de que ninguém é uma coisa só

(Trip, 22/09/2017 – acesse no site de origem)

Colocar uma lupa sobre a maneira como homens negros experimentam sua masculinidade não é uma tarefa simples. O tema ainda é tabu. “É um debate que tem se encaminhado aos poucos, as mulheres estão anos-luz da gente”, diz Caio César, estudante de geografia. A hipersexualização do corpo negro, a idealização do “negão” bom de cama, selvagem e viril é um dos estereótipos que acompanham o ideal da masculinidade do homem negro. “Não somos o padrão de beleza, nem o padrão de racionalidade e muito menos o padrão de homem de família. Então, se enquadrar nesse estereótipo muitas vezes é o que nos resta”, conclui Caio, sobre como a idealização também age como um mecanismo para driblar a baixa autoestima, o que dificulta a ampliação da discussão aberta sobre o tema.

O ator e diretor Jé Oliveira, o sociólogo Túlio Custódio e o estudante Caio César

O ator e diretor Jé Oliveira, o sociólogo Túlio Custódio e o estudante Caio César (Foto: Divulgação/Stephanie Ribeiro/Arquivo pessoal)

Cena da peça  “Farinha com açúcar ou sobre a sustança de meninos homens”

Cena da peça “Farinha com açúcar ou sobre a sustança de meninos homens” (Foto: Evandro Macedo)

Campos explica que é preciso pensar nos modos de sedução e conquista além das preferências individuais, mas também “no reconhecimento histórico de um corpo que foi tratado como mercadoria por séculos e permanece quase exclusivamente como fetiche”. Custódio concorda que “mesmo o desejo e o afeto são construídos socialmente”.

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