(G1, 25/07/2016) Mostra no Museu Nacional tem conferências, música, cinema e literatura. Evento até dia 31 tem Kimberlé Crenshaw, Djamila Ribeiro e Eliane Dias.
Brasília recebe até o próximo domingo (31) a 9ª edição do “Festival Latinidades”, considerada uma das maiores mostras de mulheres negras da América Latina. Com o tema “comunicação”, o evento no Museu Nacional da República oferece debates, oficinas, shows de música e dança, sessões de cinema e lançamentos literários.
O festival busca estabelecer um diálogo sobre a temática afro e promover intercâmbio cultural entre os estados brasileiros e outros países.
Outro objetivo é fortalecer e valorizar história e cultura negra e suas manifestações tradicionais. Em oito edições, cerca de 200 mil pessoas participaram do evento.
Neste ano, estão em debate o marketing, o jornalismo e as redes sociais, com atenção especial para a importância do fortalecimento das mídias negras e da produção intelectual de negras e negros na elaboração de conteúdos. A mostra também destaca o protagonismo de mulheres negras na comunicação.
A abertura acontece na segunda (25), Dia Nacional da Mulher Negra. A solenidade marca também a inauguração da exposição fotográfica “Mulheres quilombolas em marcha”, de Ana Carolina Fernandes. As imagens podem ser vistas gratuitamente até domingo no auditório 2 do museu.
Na sexta (29), a advogada e professora de direito da Universidade de Columbia e da Universidade da California, no Estados Unidos, Kimberlé Crenshaw participa de uma conferência. Reconhecida como uma das mais importantes intelectuais negras da atualidade, ela chegou a influenciar a elaboração da cláusula sobre equidade presente na Constituição sul-africana.
Outros convidados internacionais que participam de debates são o ator, diretor e produtor de cinema e TV Hendi Mpya, da África do Sul, e o co-fundador e designer de som do Kiro’o Games Studio, Jean Yves Bassangna, de Camarões.
Mpya é fundador e gerente da empresa de mídia Passaport Media, e Bassangna desenvolveu o jogo “Aurion: Legacy of the Kori-Odan”, game que usa de base a mitologia, a moda e as músicas de diferentes regiões da África.
O festival também tem participação da secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Djamila Ribeiro, da doutora em Educação Sueli Carneiro, do Geledés – Instituto da Mulher Negra, a produtora da Boogie Naipe e dos Racionais MC’s, Eliane Dias, a fundadora da ONG Desabafo Social, Monique Evelle, e as jornalistas Luciana Barreto, da TV Brasil, e Maíra Azevedo, do Jornal A Tarde (BA), entre outros.
Entre as atrações musicais, estão Tati Quebra Barraco, MC Carol, Pretas Sonoras e DJs da festa Batekoo, de Salvador. Eles participam da Festa Latinidades, que tem duas pistas de dança e o concurso “RuPaulas” – que escolhe as melhores drags do evento.
No sábado, os destaques são a saxofonista norte-americana Hope Clayburn e a cantora nigeriana Veronny Okwei Odili. A noite tem ainda shows gratuitos com MC Soffia (SP), Rico Dalasam (SP), Donas da Rima (DF), Beth D’Oxum e Coco de Umbigada, Arielly e Dream Team do Passinho (RJ) (veja programação completa).
O festival também tem eventos para crianças no Espaço Infantil. O local oferece brincadeiras, roda de conversa e bailinho.
Outra atração é o “latinidades sustentável”, que disponibiliza bicicletário com iluminação e segurança e o “varal social”, com espaço para troca ou doação de roupas usadas.
A mostra também oferece espaços para coleta de resíduos recicláveis – que vão gerar renda para 100 famílias da Associação Pré-Cooperativista de Catadores de Resíduos Sólidos de Brasília (Apcorb), na L4 Sul.
O evento tem espaço para doação de lixo eletrônico, narração de shows e conferências em libras e espaço adequado para pessoas com mobilidade reduzida.
Acesse no site de origem: No DF, ‘Festival Latinidades’ debate papel do negro na comunicação (G1, 25/07/2016)