(Agência Pública| 13/05/2022 | Por Augusta Lunardi)
Dar match. Arrastar pro lado. Desfazer o match. Dar um super like. Marcar um date. Um vocabulário ‘descolado’, criado em aplicativos de encontro, que acabaram se popularizando e se expandindo pro dia a dia dos jovens. Assim como os neologismos, a prática de utilizar aplicativos de relacionamento para conhecer novos parceiros se tornou comum. O Brasil é o terceiro país do mundo em número de usuários do Tinder, um dos apps de relacionamento mais populares. Utilizado por pessoas de diferentes orientações sexuais e identidades de gênero, o Tinder vêm sendo acusado por usuários de não oferecer o mesmo tipo de tratamento para todos. A Agência Pública ouviu relatos de pessoas trans que teriam sido banidas do Tinder por um único motivo: transfobia.
Estas exclusões estariam ocorrendo de forma compulsória, segundo os relatos, há pelo menos seis anos no Brasil, sem que a plataforma esclareça o motivo do bloqueio ou dê a chance da usuária ou do usuário apresentar algum tipo de defesa antes de ser banida. As pessoas ouvidas pela Pública relataram que foram excluídas automaticamente do aplicativo porque tiveram seus perfis denunciados por vários usuários apenas por suas identidades de gênero. Isso acontece porque o algoritmo do aplicativo permite a exclusão automática de um perfil que receba muitas denúncias.