Um terço dos adolescentes já sofreu violência sexual virtual, aponta estudo

23 de janeiro, 2025 Observatório do Terceiro Setor Por Redação

“É importante acolher a criança ou adolescente sem julgamentos, fazer a denúncia a órgãos especializados e buscar um acompanhamento terapêutico/psicológico”, afirma a coordenadora de advocacy do ChildFund Brasil, Águeda Barreto

Um estudo do ChildFund Brasil revelou que um terço dos adolescentes e jovens ouvidos já sofreu algum tipo de violência sexual online. Publicada em dezembro de 2024, a pesquisa foi realizada com mais de 8 mil estudantes, sendo eles majoritariamente de escolas públicas e das regiões Nordeste e Sudeste do país.

Nomeado como Mapeamento dos Fatores de Vulnerabilidade de Adolescentes Brasileiros na Internet, o estudo tem como foco a violência sexual virtual, explorando duas maneiras de violência: sem a interação do agressor e com interação direta. O ChildFund Brasil destaca que os dados coletados servem para alertar os pais sobre os perigos do ambiente virtual, principalmente em períodos de maior exposição, como férias escolares.

Segundo a pesquisa, os adolescentes passam, em média, 4 horas por dia interagindo em ambientes on-line, principalmente pelos smartphones. O WhatsApp e o Telegram foram os aplicativos mais utilizados durante os casos de violência sexual, com 55% das interações ocorrendo por meio deles.

Outro dado alarmante é a interação dos adolescentes com desconhecidos. O estudo revelou que 20% dos entrevistados interagiram com um estranho ou suspeito. De acordo com o ChildFund Brasil, os responsáveis possuem papel fundamental no combate a esses crimes. A organização destaca que deve haver diálogo entre os pais e filhos para evitar os casos.

Suporte às vítimas de violência sexual virtual

Os responsáveis devem estar atentos aos sinais que indiquem possíveis agressões sofridas pelos adolescentes, como mudanças de humor, isolamento e outros sinais de sofrimento emocional. Para Águeda Barreto, coordenadora de advocacy do ChildFund Brasil, uma vez que a violência sexual virtual é identificada, é importante que o jovem seja acolhido sem julgamentos.

A coordenadora afirma que é necessário fazer a denúncia a órgãos especializados (como delegacias de crimes cibernéticos, Disque 100, entre outros) e buscar um acompanhamento terapêutico/psicológico. “Especialmente ter uma atenção redobrada com a saúde mental da criança ou do adolescente, uma vez que a violência sexual virtual pode causar impactos significativos nas emoções e na psique, e consequentemente, na qualidade de vida como um todo”, conclui.

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