(Correio Braziliense | 03/07/2022 | Por Ana Dubeux)
As denúncias contra o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, acusado de assédio sexual, moral, importunação sexual, constrangimento e outras condutas criminosas e abjetas vão além dos fatos. Mais do que suscitar investigações e – espero – punições, revelam como as instâncias de poder injetam ânimo no assediador para cometer atrocidades no ambiente de trabalho.
Num cargo importante, é comum ver homens se sentirem à vontade para estender o poder de ofício aos corpos femininos. Investidos no cargo, passam a acreditar que podem interferir em como as pessoas – sobretudo mulheres, mas não só elas, uma vez que homens também são assediados – se vestem ou se comportam. Sentem-se inteiramente livres para assediar, constranger, tocar, gritar, humilhar, fazer convites indecorosos.
Uma vez no poder, transformam o próprio desejo no comandante de suas ações, sem qualquer preocupação de punição. E, normalmente, levam junto outros homens, que se desnudam de qualquer comprometimento moral para seguir o líder, tornando-se muitas vezes semelhantes a eles. O séquito machista naturaliza a agressão, classificando como “apenas uma cantada” ou “bastava dizer que não”. Uma vez denunciados, perseguem a vítima e investem contra sua carreira.
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