(UOL | 04/10/2021 | Por Maria Carolina Trevisan e José Dacau)
O fato de tornar público casos de assédio sexual envolvendo membros do clero católico faz com que o Vaticano tenha que se adequar para conter um problema sistêmico da Igreja Católica e estimula a Justiça a tomar atitudes para responsabilizar os atores das agressões. Quanto mais conhecimento sobre essa questão, menos chance de que outras situações semelhantes ocorram.
É um distúrbio real: uma a cada seis pessoas conhece alguém que foi vítima de violência sexual cometida por um líder religioso. Para 70% dos brasileiros, o assédio sexual na Igreja Católica continua acontecendo. É o que mostra uma pesquisa inédita do Instituto IDEIA, que entrevistou 1.248 homens e mulheres maiores de 16 anos, residentes no Brasil, sobre assédio sexual cometido por membros de igrejas.
Em reportagem publicada na última quinta (30), o UOL revelou que o padre Ernani Maia dos Reis, líder do mosteiro Santíssima Trindade, localizado em Monte Sião (MG), é acusado de assediar e violentar sexualmente oito monges, durante os anos de 2011 e 2018. Ele nega a acusação.
Um dia depois de os casos serem revelados pela reportagem, o Ministério Público de Minas Gerais pediu à Polícia Civil a abertura de um inquérito e o Papa Francisco anunciou a dispensa do ex-padre do estado clerical após investigação interna.