Movimento aponta “apagão de políticas públicas” como um dos fatores, além da impunidade
(Rede Brasil Atual | 01/10/2021 | Por Vitor Nuzzi)
São Paulo – De janeiro a agosto, 207 pessoas da população LGBTI+ foram assassinadas ou se suicidaram em decorrência de crimes de ódio, aponta relatório do Observatório de Mortes Violentas de LGBTI+ no Brasil. Dessa forma, com média mensal de quase 26 mortes, o número tende a ultrapassar o total registrado em 2020 (237). Os dados, divulgados pela Aliança LGBT, são do Acontece – Arte e Política LGBTI+ e do Grupo Gay da Bahia, entidades que coordenam o Observatório.
“Essa realidade dramática expõe a ausência de políticas públicas para garantir os direitos humanos, proteger, amparar e gerar oportunidades para a população LGBTI+ no Brasil”, aponta o relatório. “Outro agravante para essa situação é o fato de que muitos crimes contra a população acabam impunes e, em alguns casos, até mesmo sem a identificação dos responsáveis, o que amplia o sofrimento de familiares e amigos.”
Campeão mundial
Assim, a cada 36 horas um LGBTI+ “é vítima de homicídio ou suicídio, o que confirma o Brasil como campeão mundial de crimes contra as minorias sexuais”. O número teve redução de 2019 para 2020, ano considerado atípico por causa da pandemia.
Há registros de mais casos em anos anteriores, como o recorde de 445 mortes em 2017. Não há uma explicação única. Mas esse número maior pode estar relacionado a fatores como incidência de registros confirmados. Do lado da queda, a mais medidas de prevenção adotadas pela comunidade. De qualquer forma, isso não indica redução da violência no país.