(Universa – UOL | 15/10/2021 / Por Weudson Ribeiro)
O fim da violência contra mulheres pouparia, em 10 anos, mais de R$ 214 bilhões no PIB brasileiro —valor equivalente a uma década do programa Bolsa Família. Ao mesmo tempo, possibilitaria a criação de mais de 2 milhões de empregos no país e acréscimo superior a R$ 97 bilhões na massa salarial e R$ 16,4 bilhões na arrecadação do governo.
Essas são conclusões da pesquisa “Impactos Econômicos da Violência contra a Mulher”, feita pela Gerência de Economia e Finanças Empresariais da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais). Segundo os cálculos da entidade, num cenário mais extremo, de aumento da violência contra a mulher, o impacto no PIB chegaria a R$ 301,2 bilhões, com perda de 2,8 milhões de empregos. Eis a apresentação da pesquisa.
Os pesquisadores afirmam que a violência contra a mulher provoca o fechamento de 1,96 milhão de postos de trabalho no Brasil, o que responde por uma massa salarial de R$ 91,44 bilhões e de arrecadação de R$ 16,44 bilhões em tributos em 10 anos.
Um dos responsáveis pelo levantamento, João Pio, consultor de Estudos Econômicos da Federação, ressalta que a violência contra a mulher afeta a sociedade como um todo. A mulher vítima de violência, segundo Pio, é abalada sob vários aspectos, como físico, moral e emocional. Do ponto de vista da economia, explica ele, essa violência pode levar, a curto prazo, a reflexos como absenteísmo, atrasos no trabalho e perda do emprego. A longo prazo, reduz a produtividade, diminui a capacidade laboral de forma permanente e o capital humano.
“Entre as consequências dessa realidade para a conjuntura econômica vêm queda na renda, com redução do consumo, e, por consequência, diminuição do faturamento das empresas, que passam a investir menos e a demitir”, pondera ainda João Pio. Segundo a entidade, as mulheres vítimas de violência faltam, em média, 18 dias de trabalho por ano, o que implica uma perda de massa salarial de R$ 974,8 milhões.