Gigante chinesa do e-commerce alegou que mulher espalhou mentiras que prejudicaram a reputação da empresa
(O Globo | 12/12/2021 | Por Redação)
PEQUIM – A gigante chinesa de e-commerce Alibaba demitiu uma funcionária que acusou seu chefe de estruprá-la durante uma viagem a trabalho em julho deste ano. A empresa alegou que ela espalhou mentiras que prejudicaram a reputação da companhia.
A funcionária veio a público em agosto denunciar o ocorrido após afirmar que a Alibaba não havia tomado medidas. Seu chefe, um executivo da empresa, foi desligado pouco depois devido à repercussão do episódio, que suscitou forte reação nas mídias sociais chinesas. Outros dois gerentes sêniores renunciaram ao cargo por não terem tomado providências inicialmente. Um processo criminal contra o executivo foi arquivado.
O caso trouxe a debate a cultura de trabalho tóxica na indústria de tecnologia do país e os obstáculos enfrentados pelas mulheres que são vítimas de abuso sexual. Nas redes sociais, usuários disseminaram a #MeToo (em tradução livre, “eu também”) para conscientizar sobre os assédios sofridos por mulheres.
Quatro meses depois, a funcionária identificada apenas como Zhou está sendo contestada pela empresa. Ela soube de sua demissão por meio de uma carta no final do mês passado, segundo o jornal americano The New York Times.
Na carta de demissão, a Alibaba diz que ela espalhou informações falsas tanto sobre o assédio quanto sobre a empresa não cuidar do caso. A companhia afirmou ainda que o episódio causou “grande preocupação social e teve um impacto negativo na empresa”. Também disse que os danos provocados eram “incalculáveis”.