Medo de infecção pela covid-19 e remanejamento de serviços de saúde prejudicaram assistência a grávidas e bebês; identificação precoce de doenças é importante, dizem médicos
(Estadão de S. Paulo | 26/01/2022 | Por Roberta Jansen, O Estado de S.Paulo)
RIO – Além de milhões de infectados com sintomas respiratórios, a pandemia de covid-19 teve impacto direto na saúde de gestantes e recém-nascidos no Brasil. Estudo do Conselho Federal de Medicina (CFM) mostra que, em 2020, o Sistema Único de Saúde (SUS) fez 842 mil consultas de pré-natal a menos do que no ano anterior. Foi uma queda de 13,5%. Para especialistas, o medo da infecção foi o principal motivo do afastamento das grávidas.
Em 2019, o SUS fez 6,2 milhões de atendimentos a gestantes, ante 5,3 milhões no ano seguinte, o primeiro da pandemia. A redução das consultas das grávidas tem impacto direto na realização de exames. Alguns podem ser cruciais para a saúde do bebê, como a ultrassonografia obstétrica. Outros são fundamentais para a mãe, como os testes de diagnóstico de HIV, sífilis, hepatite B, entre outros, que são rotina nessas consultas.