Gestações planejadas esbarram em oferta limitada de métodos contraceptivos
(Folha de S. Paulo | 19/01/2022 | Por Carolina Sales Vieira)
A falta de planejamento reprodutivo é uma tragédia nacional. No mundo, 40% das gestações não são planejadas. No Brasil, o índice é maior: 55%. Ou seja, de 100 bebês que nascem em nosso país, 55 não foram planejados por suas mães.
As gestações não planejadas são mais comuns em determinados grupos: adolescentes, mulheres solteiras, mulheres mais pobres, com menor escolaridade, portadoras de doenças crônicas e usuárias de álcool ou drogas. A pesquisa Nascer no Brasil traz um dado especialmente alarmante: 65,3% dos partos de adolescentes não são planejados.
São muitos os efeitos negativos. Para o bebê, é maior a possibilidade de prematuridade, baixo peso e morte no primeiro mês de vida. Para a mãe, aumenta o risco de sofrer violência física, de iniciar tardiamente o pré-natal, de desenvolver depressão pós-parto, de realizar abortos clandestinos e, caso a gravidez ocorra na adolescência, de abandonar a escola.
Carolina Sales Vieira