A morte após estupro da menina indígena ianomâmi, de 12 anos, causada por garimpeiros no dia 25 de abril na comunidade Aracaçá, localizada no meio de acampamentos montados por garimpeiros na região de Waikás, em Roraima e ontem denunciada, é um feminicídio anunciado, por várias razões:
1 – O modelo econômico do Brasil é calcado da perversidade e no genocídio do nosso povo, é excludente e violento, em resumo, é criminoso. A exploração econômica nos territórios indígenas sempre produziu violência e morte, em especial de mulheres e meninas!
2 – Estuprar e matar mulheres indígenas no Brasil é fato cruel da nossa história, desde que o Brasil foi ocupado pelos europeus há cinco séculos, como política de dominação e extermínio, de caráter racista e misógino. No Governo Bolsonaro, marcado pelo ódio, se tornou um fato tolerado e incentivado pelo fascismo, que aumentou o acesso às armas e o poder machista.
3 – O feminicídio no Brasil, que elimina até 4 mulheres ao dia, ocorre como parte de um projeto, é naturalizado frente à omissão do estado e da sociedade. A misoginia é legitimada no Brasil pela falta de políticas públicas e pela cultura do estupro e da eliminação de mulheres.
Assim compreendendo, as mulheres que integram a Campanha Levante Feminista Contra o Feminicídio, – “Nem Pense em Me Matar – Quem Mata uma Mulher Mata a Humanidade”, vem a público manifestar sua tristeza e solidariedade com esta comunidade e este povo, e sua indignação frente a mais este bárbaro crime, que levou não só a vida de uma menina ou talvez mais, que sequer se sabe, porque vivemos num país em que as mulheres são descartadas. Não aceitamos e não recuaremos jamais da defesa de nossos direitos humanos, e o maior deles, a nossa vida.
Exigimos justiça. Que o estado brasileiro assuma sua responsabilidade por se omitir frente a este crime contra a humanidade. Que pare a invasão e exploração das terras de povos originários. Respeito à vida de mulheres e meninas.
Chega de Feminicídios e de transfeminicidios com a omissão do estado e da sociedade.
Levante Feminista contra o feminicídio. Apoie a campanha.