(Gênero e Número| 20/06/2022 | Por Giulliana Bianconi e Vitória Régia da Silva)
A Colômbia terá na vice-presidência do país uma feminista antirracista e ativista ambiental. Francia Márquez fez história no país neste domingo, 19 de junho, ao lado do presidente eleito Gustavo Petro. A chapa da coligação de esquerda Pacto Histórico alcançou 11.281.002 votos (50,44%) e derrotou os candidatos da direita colombiana Rodolfo Hernández e Marelen Castillo, da Liga de Governantes Anticorrupção, que ficaram com 10.580.399 votos (47,31%). Assim como ocorreu em dezembro no Chile, com a vitória do esquerdista Gabriel Boric, na Colômbia a alternância de projeto político também acontece pautada pela justiça social e climática.
Márquez e Petro fazem juntos o discurso de que é possível fazer da Colômbia uma liderança no enfrentamento às mudanças climáticas. “Queremos que a Colômbia, e será prioridade da política diplomática, se coloque à frente da luta política contra a mudança climática no mundo”, discursou Petro após eleito. Se a pauta ambiental é representada por ambos, o feminismo e o antirracismo estão prioritariamente no discurso da vice, que ocupou um lugar de protagonismo desde antes da chapa presidencial ser selada, obtendo mais de 700 mil votos ainda nas primárias colombianas. Ontem, em Bogotá, ao subir no palco cercada por mulheres negras, afirmou: “Vamos as mulheres erradicar o patriarcado em nosso país. Vamos pelos direitos da comunidade LGBTQIA+, vamos pelos direitos de nossa Mãe Terra, a cuidar da nossa biodiversidade e vamos juntos erradicar o racismo estrutural”. A convocação de Francia representa um novo momento no país, o da chegada de um governo popular ao poder que está conectado aos movimentos sociais contemporâneos mais atuantes e que vêm demonstrando força de mudança na América Latina.