(Religião e Poder| 20/06/2022 | Por Vitória Régia Gonzaga da Silva)
Evangélica e membro da Igreja Universal do Reino de Deus, a vereadora Ireuda Silva (Republicanos) apresenta o programa “Forte por ser mulher” na TV IURD. Em um dos episódios de 2020, recebeu a então candidata à vice-prefeita de Salvador na chapa com Bruno Reis (DEM), a católica Ana Paula Matos (PDT). Ambas trataram do papel das mulheres na gestão pública, falaram de violência contra as soteropolitanas e Silva aproveitou para destacar os projetos voltados para elas em seu primeiro mandato.
Nas eleições de 2020, o debate de gênero entre candidatos com identidade religiosa foi impulsionado principalmente por três temas: a defesa dos direitos das mulheres, o combate à violência contra a mulher e o incentivo à participação feminina na política. A conclusão é da pesquisa “Religião e Voto: uma fotografia das candidaturas com identidade religiosa nas Eleições 2020”, do Instituto de Estudos da Religião (ISER), publicada em abril.
A vereadora visava intensificar o combate à violência doméstica e familiar e fortalecer a rede de proteção à mulher através do projeto Guardiã Maria da Penha, a ser implantado junto à Guarda Civil Municipal. Além disso, ela propôs e conseguiu a aprovação do “Guardiã Maria da Penha nas Escolas”, com o objetivo de incluir atividades pedagógicas para conscientizar alunos e pais sobre a violência doméstica e familiar.
“A violência contra a mulher passou a ser uma questão dentro das igrejas e hoje ocupa uma posição central. Existem muitos programas de assistência social nas Igrejas voltados ao combate à violência doméstica. É uma pauta não só das mulheres, mas apropriada por homens e conservadores. O conservadorismo pode ser muito sutil e aparecer em pautas legítimas. Essa pauta encontra ressonância não só nas igrejas, como na vida cotidiana das pessoas”, comenta Lívia Reis, coordenadora da pesquisa e pesquisadora do ISER.