Em carta a Lula , movimento trans clama por fim da violência e lugar na “reconstrução do país”
A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) divulgou uma carta ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua equipe de transição, reivindicando um compromisso público do presidente eleito com os direitos de travestis e demais pessoas trans.
O documento publicado na última quinta (10) pede para Lula se empenhar efetivamente na erradicação da “transfobia em todos as formas que ela admite”. Reivindica também que a população LGBTQIA+ ocupe “um lugar digno na reconstrução de nossa democracia e do país”.
A associação expõe ainda os impactos negativos da falaciosa “ideologia de gênero” e a atuação publicamente LGBTIfóbica do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Nesse âmbito, elucida a falta de produção de dados sobre a população LGBTQIA+ e a destituição e o desinvestimento nos direitos desta comunidade no Ministério dos Direitos Humanos, que hoje integra o Ministério da Mulher, Família e do Direitos Humanos
A Antra
A associação, que agrega mais de 120 instituições em defesa dos direitos LGBTQIA+ afiliadas pelo Brasil, ajudou a construir diversas ações nos primeiros mandatos de Lula.
É o caso da elaboração do Brasil Sem Homofobia, com a participação de Janaína Dutra, a primeira advogada travesti do Brasil com registro na OAB.
A Antra também compôs o Conselho Nacional de Combate a Discriminação de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CNCD-LGBT), o Conselho Nacional das Mulheres, e Conselho Nacional de Saúde.
A luta pelo direito à retificação de nome e gênero, a criminalização da LGBTIfobia, e o direito à doação de sangue por pessoas LGBTQIA+ também foram pautas construídas pela associação nos governos de Lula e Dilma.