Levantamento do GLOBO mostra que representação feminina no primeiro escalão aumentou em 15 estados, mas em apenas um há divisão igualitária de cargos
Destaque na posse de Luiz Inácio Lula da Silva, a celebração da diversidade ainda é mais forte em sua faceta simbólica do que na distribuição efetiva dos cargos país afora. Levantamento do GLOBO mostra que nos estados houve avanços na comparação com gestões passadas, assim como no governo federal, mas a paridade de gênero é uma realidade distante. O número de mulheres à frente de secretarias estaduais aumentou em 15 unidades da federação, mas em apenas uma delas, Alagoas, há uma divisão igualitária nos postos de liderança — a população feminina é maioria no Brasil, segundo o IBGE.
No Ministério que tomou posse, há 11 mulheres, em um total de 37 pastas, o equivalente a 30%. O retrato é semelhante à média estadual, em que elas estão em 27,1% dos postos de comando (160 de 590 secretarias). O aumento é de 35,6% frente aos mandatos anteriores, quando havia secretárias em 118 das 577 vagas.
Alagoas é o único estado em que metade das secretarias passa a ser comandada por mulheres, promessa de campanha de Paulo Dantas (MDB). Na gestão passada, 47,6% do secretariado era feminino. Entre os que mais se aproximam do equilíbrio estão Ceará (46,8%), Pernambuco (44%), Maranhão (44%) e Rio Grande do Norte (33,3%). Dois deles (PE e RN) são governados por mulheres. Os primeiros escalões mais desiguais são os do Paraná (4,4%), Tocantins (5,9%), Pará (12,5%) e Acre (13,3%). Três deles têm governadores que apoiaram Jair Bolsonaro (PL) na eleição de 2022. No Pará, o governador reeleito Helder Barbalho (MDB), fez campanha para Lula.