A mulher brasileira não tem, literalmente, um segundo de paz. Pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgada nesta quinta-feira (2) com dados inéditos mostra que, em 2022, 30 milhões de mulheres sofreram algum tipo de assédio: de comentários constrangedores na rua a encoxadas no ônibus. É o equivalente a uma mulher assediada a cada um segundo. Segundo o estudo “Visível e Invisível: a Vitimização das Mulheres no Brasil”, esse é o maior número desde 2017, quando a pesquisa começou a ser feita. Foram ouvidas 2.017 pessoas em 126 municípios, representando uma amostragem que reflete a população brasileira adulta com mais de 16 anos.
Também é recorde o número de mulheres que sofreram algum tipo de violência ou agressão: 18,6 milhões, ou quase 51 mil por dia. Se procurassem ajuda ao mesmo tempo, não haveria sequer garantia de atendimento a todas, afirma o levantamento. Todas as modalidades de violência registraram aumento em comparação com o último estudo, de 2021
Assédio no ambiente de trabalho atinge 1 mulher por hora Um dos tipos de assédio que mais cresceu, segundo Samira Bueno, diretora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foi o caracterizado por comentários sexuais e constrangedores em ambiente de trabalho. “E aí fico com a impressão de que nenhum espaço é seguro para mulheres no Brasil”, diz. Foram 11,9 milhões de mulheres alvos de assédio no meio profissional, o equivalente a um caso por hora.