“Temos um Estado que justifica o agressor”, diz ministra das Mulheres

07 de março, 2023 Correio Braziliense Por Tainá Andrade

Chefe da pasta defende conscientização da sociedade contra a violência. Ministério anunciará ações no Dia Internacional da Mulher

Com o Dia Internacional da Mulher, que será comemorado na próxima quarta-feira, o mês de março se tornou uma oportunidade para o governo mostrar efetivamente as ações que irá tomar para enfrentar a violência contra as mulheres. Conforme mostrou o último levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na semana passada — Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil —, todos os tipos de agressão contra a a população feminina aumentaram no país em 2022.

Em entrevista ao Correio, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, adiantou que, na data comemorativa, será lançado um pacto nacional de enfrentamento ao feminicídio, formado por um conjunto de ações para combater o problema. Além disso, ela defendeu um trabalho de abertura de diálogo com a sociedade com vistas a alcançar uma mudança de postura das pessoas e autoridades em relação à violência, e a real tipificação desse crime.

“Temos que acabar com o apadrinhamento (dos homens). Não significa proteção individual, mas você tem um Estado que termina sempre autorizando e justificando o agressor”, declarou. “Estamos negociando (ações) primeiro por dentro do governo. Há mais ou menos 60 dias estamos pactuando nos ministérios as diversas ações para que, a partir daí, comecemos a fazer as negociações com governadores e prefeitos”, explicou a ministra. Confira os principais pontos da entrevista.

O Fórum de Segurança Pública mostrou aumento de todos os tipos de violência contra a mulher. Sabemos que é um problema de longa data, mas por que estamos vendo esses índices enormes hoje em dia?

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