Estudo com dados do Paraná aponta para necessidades de saúde pública para proteger grávidas, que ficam mais vulneráveis à doença devido a mudanças anatômicas e fisiológicas durante a gravidez
O uso de repelentes diariamente, inclusive por baixo da roupa, não impediu que a professora do ensino básico de Catanduva (SP), Bruna Vertoni, recebesse o diagnóstico de dengue duas vezes em um intervalo de cinco anos. Ela já havia tido a doença no período em que amamentava a primeira filha, mas descobriu que o risco da infecção era ainda maior durante a gestação.
Na época, os exames apontaram que a contagem de plaquetas no sangue era inferior a 50 mil, resultado considerado baixo. O caso inspirava mais cuidados já que ela tomava anticoagulantes, o que poderia desencadear uma complicação da doença.
“Depois da primeira filha, tive três abortos e, por ter trombofilia, não poderia ficar sem a medicação na gravidez”, conta. “Fiquei muito preocupada, tive todos os sintomas da dengue, mal estar, febre, manchinhas pelo corpo. Fizemos acompanhamento e felizmente a doença foi controlada”, relata a professora.
A história de Bruna chama atenção para o risco que a doença representa para mulheres grávidas, tema de uma pesquisa que avaliou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, coletados entre 2016 e 2019. Os estudos investigaram como a dengue se correlacionou com a gravidez em casos de mulheres infectadas pela doença no Paraná.