Ministério Público de São Paulo criou canal para receber denúncias de delitos cometidos na plataforma
A plataforma Discord, usada para conversas em texto, voz e vídeo, virou alvo de investigação depois que passou a ser utilizada por grupos que incitam e praticam crimes como exploração sexual, pedofilia, homofobia, racismo, apologia do nazismo e maus-tratos de animais.
Na avaliação do promotor de Justiça Danilo Pugliesi, embora diferentes tipos de discurso de ódio sejam encontrados nesses grupos, o que une os usuários é a misoginia.
“Há um discurso de que a mulher é a causadora de todo o mal. Nos grupos, os jovens afirmam ter dificuldades [com mulheres] em decorrência do empoderamento delas”, afirma Pugliesi.
O promotor afirma que há no Discord um agrupamento de diferentes microgrupos, que se relacionam e abastecem uns aos outros. “Os grupos compartilham material, treinam discursos. O linguajar deles é o mesmo, as referências são as mesmas. É um encontro de grupos diferentes de ódio.”
Até esta terça (27), ao menos dez pessoas foram presas/apreendidas no país por crimes cometidos no Discord. A informação é da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que apreendeu dois adolescentes suspeitos de participarem de grupos de pornografia infantil. Eles são investigados por associação criminosa; induzimento, instigação ou auxílio a suicídio; e estupro virtual.
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