Marjorie Chaves, coordenadora do Observatório Pop Negra, avalia que o as leis sobre violência de gênero precisam abordar o racismo
A coordenadora do Observatório Pop Negra da Universidade de Brasília (UnB), Marjorie Chaves, foi uma das especialistas a falar na segunda edição do Correio Debate, com o tema Combate ao Feminicídio: responsabilidade de todos. No painel Redes de Apoio contra a violência: educar para transformar, Marjorie destacou a importância do recorte de raça na problemática da morte de mulheres em razão de gênero.
A coordenadora do observatório avalia que, sim, o feminicídio é um problema que atinge mulheres dos mais diversos grupos sociais, mas são as mulheres negras, que em sua maioria são moradoras de periferias e que têm trabalhos precários, a maior parte entre as vítimas fatais da violência, seja feminicídio ou outros tipos de homicídio. O racismo, segundo a Marjorie, é um agravante na vivência dessas mulheres.
“Falamos aí de uma interseccionalidade de gênero, de raça e de classe. Essas mulheres têm uma dificuldade muito grande de acessar os instrumentos legais de proteção”, aponta.