Sangue da líder quilombola Bernadete, assassinada na Bahia, quase respingou na ministra do STF, Rosa Weber, a qual, havia pouco, encontrara-se com a ialorixá
O fascismo parece ter mandado de novo seu recado: atacou a mulher preta, pobre e desprotegida, já que não conseguiria atingir a autoridade máxima, branca e rica, a presidente do Supremo, Rosa Weber, que esteve com Mãe Bernadete menos de um mês antes do assassinato desta, em Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador.
De Marielle Franco a Bernadete, o fascismo continua se dando ao direito de matar país afora, cada vez mais covardemente. E nada mais significativo do que uma visita da presidente da corte máxima do Brasil não intimidar os fascistas que assassinaram uma liderança negra em lugar de conflito fundiário histórico, uma comunidade quilombola, território que, há séculos, desde Zumbi dos Palmares, grita por socorro.
Morta com doze tiros na noite de 17 de agosto último, aos 72 anos, dentro de sua casa e ao lado dos netos, Maria Bernadete Pacífico atuava em defesa dos direitos dos povos de quilombo e terreiro, como liderança do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, a 27 quilômetros de Salvador.