Na contramão da tendência global, mortes de mulheres gestantes ou no puerpério vêm crescendo nas últimas décadas
Na contramão da tendência mundial, a taxa de mortalidade materna cresce nos Estados Unidos. E há o temor de que o problema piore com as restrições ao aborto implementadas em diversos estados após a Suprema Corte determinar, no ano passado, que a interrupção voluntária da gravidez não é um direito constitucional.
Os principais fatores para o elevado número de mortes são o aumento de doenças crônicas, como obesidade e problemas cardiovasculares, e o avanço da idade média das gestantes, na faixa dos 30 anos, segundo os dados e estudos mais recentes.
Esse cenário é agravado pela dificuldade de acesso a serviços de saúde especializados –desde 2018, os EUA perderam 301 unidades de parto hospitalares. Hoje, há um total de 2.158 em operação no país, aponta um levantamento divulgado no mês passado.
“Nossa pesquisa mostra que cuidados maternos não são uma prioridade no nosso sistema de saúde, e ações precisam ser tomadas para garantir que todas as mães recebam o atendimento que elas precisam e merecem para ter gestações saudáveis e bebês fortes”, diz em nota a médica Elizabeth Cherot, presidente da March of Dimes, organização sem fins lucrativos responsável pelo trabalho.