Índices de violência contra a mulher são subnotificados em até 98,5%, diz UFMG

Violencia contra meninas mulheres

Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

09 de outubro, 2023 Rádio Itatiaia Por Luiz Otávio Barbosa, Fernanda Rodrigues

Pesquisa revelou que número de mulheres que sofreram violência e procuraram atendimento foi 10 vezes maior que notificações registradas

A violência psicológica contra a mulher é subnotificada em até 98,5% em todo o país. É o que revela uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a University of Washington e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O estudo também verificou que os índices de subnotificação das violências física e sexual são de 75,9% e 89,4%, respectivamente.

A pesquisa utilizou os dados sobre violência contra a mulher presentes no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), a partir de dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a violência contra a mulher pode ser classificada como “qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado”. O estudo revelou que o número de mulheres que sofreram violência e procuraram atendimento em saúde foi 10 vezes maior que o número de notificações registradas.

Violência Psicológica
A violência psicológica é caracterizada como forma de rejeição, depreciação, discriminação, desrespeito, cobrança exagerada, punições humilhantes e utilização da pessoa para atender às necessidades psíquicas de outro indivíduo. Esta é a forma de violência mais subnotificada do país. Em Minas Gerais, o índice de subnotificação foi de 98,5%.

Nádia Machado de Vasconcelos, doutoranda e primeira autora da pesquisa, afirma que a violência psicológica parece ser marginalizada no setor da saúde. “O modelo biomédico ainda persiste no Brasil, com práticas em saúde centralizadas na lógica médico-hospitalar. Nesse modelo, o sofrimento psíquico é encarado apenas como transtorno que necessita resolução fisiológica e sua associação a outros determinantes sociais, como a violência, é ignorado ou considerado de menor relevância”, pontuou.

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