A Suprema Corte dos Estados Unidos comunicou nesta quarta-feira (13) que vai decidir sobre o acesso à pílula abortiva mifepristona, um dos métodos mais comuns de interrupção da gravidez no país. A decisão vai valer para todos os estados, mesmo aqueles em que o procedimento é legal.
O anúncio de que a Corte aceitou um caso que trata do tema é um sinal preocupante para defensores do direito ao aborto nos EUA, considerando a composição atual de tendência conservadora, o que pode significar mais um passo na limitação do procedimento.
No ano passado, a Suprema Corte reverteu em uma decisão histórica a sentença Roe vs. Wade, que permitiu o acesso legal ao procedimento por décadas nos EUA. Desde então, cada estado tem liberdade para legislar sobre a interrupção da gravidez em seu território.
Com isso, 14 tornaram o aborto ilegal, entre eles Texas, Arkansas e Indiana. Em outros 10, a legislação é considerada hostil pelo think tank Centro para Direitos Reprodutivos. Na Carolina do Sul, por exemplo, o procedimento é autorizado até a sexta semana de gestação, o que ativistas afirmam que praticamente inviabiliza o acesso, uma vez que muitas mulheres nem sequer sabem que estão grávidas neste período.