Morte da artista Julieta Hernandez prova que essa estatística, infelizmente, faz sentido
País está entre os três mais perigosos do mundo para uma mulher viajante solo, atrás de Irã e Egito, segundo rankings. Morte da artista Julieta Hernandez prova que essa estatística, infelizmente, faz sentido. Há um tempo (e nem falo de tanto, mas dos anos 60), as mulheres brasileiras casadas precisavam da permissão do marido para coisas simples, como, por exemplo, viajar para o exterior. Sim, isso constava do Código Civil de 1916, e ficou em vigor até 1962. Até hoje, em alguns países do mundo, mulheres continuam com a mesma proibição. Absurdo.
Mas, na maioria dos lugares, mulheres parecem ter resolvido tirar o atraso e, as que podem, resolveram experimentar a sensação de liberdade de viajar para onde bem quiserem e, muitas vezes, sozinhas.
Pesquisas mostram que quem gosta mais de viajar, se meter em aventuras e colocar o pé na estrada, atualmente, são as mulheres. Segundo uma análise feita pela agência Over Seas Adventure Travels, o número de mulheres viajantes solo do sexo feminino chegaria a 85% do total. Não duvido. Você também deve ter uma amiga que adora viajar sozinha e assim se aventurar mundo afora.
O lado ruim desse positivo boom é que as mulheres continuam sendo vítimas de violência em viagens. E a correr risco de vida.
Neste mês, tivemos um terrível exemplo disso. A venezuelana Julieta Hernández, de 38 anos, foi morta no meio de sua aventura. Ela fazia parte do grupo de artistas e cicloviajantes Pé Vermêi e viajava pelo Brasil de bicicleta espalhando sua arte (fotos abaixo). No fim de dezembro, a artista passou pelo interior da Amazônia, a caminho de seu país de origem.