Violência vivida e percebida pela mulher: importância das pesquisas de vitimização, por Alice Bianchini

10 de janeiro, 2024 Conjur Por Alice Bianchini

Desde 2005, o DataSenado faz, a cada dois anos, pesquisa sobre violência contra a mulher, trazendo importante material de análise acerca da evolução do tema em nosso país. Trata-se da mais longa série histórica com mulheres sobre violência doméstica no Brasil.

Dentre as várias perguntas que são feitas às entrevistadas, uma delas dirige-se, exclusivamente, àquelas que informaram ter sido vítima de violência, que é a seguinte: “E qual foi o tipo de violência sofrida?”

A última edição, de 2023 (10ª edição), apresentou um resultado diferente das anteriores: pela primeira vez a violência psicológica aparece no topo do ranking (89% das respostas); a violência moral vem em segundo (77%), e a física em terceiro lugar (76%), empatadas tecnicamente, portanto; depois, têm-se a violência patrimonial (34%) e, por último, a sexual (25%).

A maioria das mulheres, tal qual aconteceu nas edições anteriores, apontou ter sido vítima de mais de um crime, levando a que os percentuais somados em relação às violências sofridas superassem a casa dos 100% e confirmando uma característica desse tipo de situação: a multiviolência. O fato de a vítima sofrer mais de um tipo de violência, convém ressaltar, enfraquece-a ainda mais, minando ou dificultando a capacidade de romper o relacionamento violento, o que aumenta as chances de ocorrência de feminicídio.

Voltando à Pesquisa DataSenado, duas observações importantes: (1) a violência física preponderou nas respostas dadas pelas mulheres vítimas até a 9ª edição (de 2005 a 2021, portanto); em 2023, como já mencionado, a psicológica ficou em primeiro lugar; (2) o crescimento mais expressivo da violência psicológica ocorre a partir do ano de 2021.

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