Organizações feministas e órgãos governamentais unem forças para proteger mulheres e meninas em situação de vulnerabilidade em meio à emergência climática no estado, que deixou mais de 165 mil pessoas desabrigadas.
Mulheres e crianças desabrigadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul vão poder contar com abrigos exclusivos. Atualmente, dois desses abrigos já estão em funcionamento nos bairros Vila Nova e Independência, em Porto Alegre, enquanto outros dois serão estruturados nos municípios de Alvorada e Canoas. Além disso, há a expectativa de que mais abrigos sejam abertos em breve, ampliando a rede de assistência. A ação faz parte de uma parceria entre a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS), Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos e governos estadual e federal.
Paralelamente, órgãos estaduais e federais, assim como o Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres e organizações feministas, trabalham em um protocolo emergencial de atendimento a meninas e mulheres afetadas. Em reunião com o Ministério das Mulheres, organizações denunciaram casos de abuso sexual ocorridos nos abrigos, que atualmente acolhem mais de 67 mil pessoas, de acordo com dados da Defesa Civil.
De acordo com Samsara Nyaya Nunes, subsecretária adjunta na Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, nos espaços exclusivos haverá atendimento da equipe multidisciplinar do Centros de Referência de Atendimento à Mulher (CRM).
“Teremos médicas, assistentes sociais, enfermeiras, seguranças, psicólogas e advogadas que vão estar disponíveis para fazer atendimento dentro dos espaços. Nos abrigos há salinha para criança, berçário e brinquedoteca. Bem tranquilo e calmo, com menos pessoas. É um piloto que estamos fazendo em Porto Alegre e os próximos seguirão nesses modelos”, relata a entrevistada.