Dados da Anvisa mostram que, em 2023, foram 4,3 mil ciclos abaixo dos 35 anos, 97,9% a mais do que os 2,1 mil realizados em 2020
Juliette, aos 34 anos, Carla Diaz, aos 33, e Nicole Bahls, aos 28. Vez ou outra, repercute na mídia o caso de uma celebridade que optou por congelar os óvulos para adiar a decisão de ter filhos. Entre elas, uma tendência em comum que chama a atenção: a procura de mulheres cada vez mais jovens.
Dados compilados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a pedido do GLOBO mostram que de fato o número de congelamentos entre brasileiras abaixo de 35 anos praticamente dobrou em três anos. Em 2023, foram 4.340 ciclos, 97,9% a mais do que os 2.193 realizados em 2020, primeiro ano sobre o qual há informações disponíveis.
Cada ciclo é um procedimento de coleta, em que podem ser congelados diversos óvulos. O aumento da procura não é restrito às mais jovens – cresceu 76,3% de um modo geral nos três anos, chegando a 13.879 ciclos no ano passado –, porém é mais acentuado entre as jovens.
Especialistas ouvidos pelo GLOBO contam que os registros da Anvisa retratam o que presenciam no dia a dia dos consultórios e avaliam como positivo o fato de as brasileiras estarem refletindo cada vez mais cedo sobre o planejamento reprodutivo.