Elas ocupam a maior parte dos empregos operacionais, que devem ser os mais impactados pela inteligência artificial em um primeiro momento
Com a evolução da inteligência artificial, uma questão tem se destacado: existe relação entre o fato de a IA ser treinada predominantemente por homens e o seu potencial de impactar especialmente os empregos de mulheres?
Esse foi um dos temas considerados pela consultoria Mercer, que questionou em um artigo se as “mulheres têm razão em se preocupar com a IA”.
O Estudo Global de Tendências de Talentos da Mercer para 2024 prevê que, como as mulheres ocupam a maior parte dos empregos operacionais, que se espera que sejam os mais impactados pela IA, provavelmente serão as mais afetadas.
Por exemplo, os setores da administração, saúde, educação e serviços sociais têm proporções elevadas de mulheres e estão entre as áreas com maior probabilidade de sofrer perdas generalizadas de empregos devido à IA e à automação.
Kate Bravery, líder global de soluções de consultoria e insights da Mercer, afirma que as mulheres de fato estão sendo as mais afetadas pela inteligência artificial. Mas ela questiona se isso está ligado ao fato de os homens estarem envolvidos na criação dos modelos de IA. “As mulheres definitivamente ocupam mais cargos que estão sendo afetados pela primeira onda da IA generativa”, diz. “No entanto, à medida que a IA for se infiltrando em cargos mais altos na hierarquia, começaremos a ver mudanças nesse cenário.”