Uma das hipóteses é que mulheres estariam mais suscetíveis a aceitar ofertas precárias de trabalho
Dados divulgados nesta terça (30) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública mostram que as mulheres são mais vulneráveis ao tráfico de pessoas e aos fluxos migratórios no Brasil.
Uma das hipóteses é que as mulheres estariam mais suscetíveis a aceitar ofertas precárias de trabalho pois enfrentam dificuldades para conciliar a inserção no mercado formal de trabalho com o cuidado dos filhos.
É o que diz o Relatório Nacional sobre Tráfico de Pessoas: Dados 2021 a 2023. O documento apresenta informações fornecidas por autoridades nacionais sobre o tráfico de pessoas e inclui considerações de profissionais com ampla experiência no enfrentamento a esse crime.
O ministério afirma, no entanto, que não é possível determinar exatamente quantas pessoas foram vítimas de tráfico de pessoas no Brasil no período.
O relatório mostra, por exemplo, que entre 2021 e 2023, 8.399 pessoas foram resgatadas de situações de trabalho análogo à escravidão. A maioria dessas vítimas é formada por homens, entre 18 e 29 anos, e de cor parda.
Outro dado revela que a exploração laboral continua sendo a principal forma de tráfico de pessoas identificada no país, seguida pela exploração sexual.
Pela primeira vez, segundo o relatório, houve mais brasileiros do que estrangeiros resgatados de situações de exploração laboral. Entre os não brasileiros, os paraguaios foram os mais resgatados, seguidos por venezuelanos e bolivianos.
Os setores com maior número de trabalhadores resgatados incluem o cultivo de mandioca e a confecção de artigos de vestuário em São Paulo, além do setor madeireiro em Santa Catarina.