Uma pesquisa mostrou a média mensal de 98.990 casos no primeiro trimestre de 2024, um aumento em relação ao mesmo período de 2022 e 2023
O número de abortos nos Estados Unidos aumentou desde que a Suprema Corte permitiu que os estados promulgassem legislações mais rigorosas para o procedimento, de acordo com um estudo divulgado nesta quarta-feira (7).
Os resultados de uma pesquisa da organização de planejamento familiar Society of Family Planning (SFP), que defende o acesso ao aborto, mostraram uma média mensal de 98.990 casos no primeiro trimestre de 2024, um aumento em relação ao mesmo período de 2022 e 2023.
A organização atribuiu grande parte desse aumento ao maior acesso a pílulas abortivas por meio de serviços de telemedicina.
A proporção de abortos no país ocorridos por meio da telemedicina aumentou de 4% para 20% desde abril de 2022, segundo o relatório.
A Suprema Corte, de maioria conservadora, derrubou o direito de acesso ao aborto nos EUA em junho de 2022 ao revogar a sentença de Roe Vs. Wade e, desde então, muitos estados governados por republicanos aceleraram as normas para restringir ou proibir o procedimento.
No entanto, os estados governados por democratas têm promulgado as chamadas “leis escudo” que dão proteção legal aos médicos que atendem pacientes – por meio de consultas de telemedicina – em estados com restrições.
Mesmo excluindo os abortos ocorridos sob as leis de proteção, “ainda observamos mais abortos por mês entre janeiro e março de 2024 [média mensal de 89.770 abortos] em comparação com o mesmo período de 2023 [média mensal de 86.967 abortos mil]”, detalha o SFP em seu relatório.