Em um país como o Brasil, onde diferentes tradições, expressões culturais e condições geográficas convivem, a diversidade é a regra. Mas isso não significa que o acesso aos espaços de poder seja igual para todos. A política se torna mais rica e eficiente quanto mais grupos ocuparem cargos de decisão e liderança. Por isso, é importante que diferentes opiniões e ideias possam se encontrar. A presença feminina é fundamental para assegurar espaço para histórias, experiências e perspectivas que, por muito tempo, foram ignoradas.
Mulheres na política trazem mais do que diversidade de gênero: quando uma delas ocupa um cargo de poder leva consigo as vozes de tantas outras. Estudos mostram que elas são, em muitos casos, gestoras públicas mais competentes. Em uma pesquisa que analisou 125 países, incluindo o Brasil, a corrupção aparece menos em lugares onde as mulheres ocupam cargos de poder. Outro levantamento, organizado pelo Núcleo de Estudos Raciais do Insper, analisou centenas de trabalhos acadêmicos, revelando que as líderes femininas têm até 35% menos chances de se envolver em corrupção do que os homens.
A diversidade não só enriquece a política, ela também melhora a prestação dos serviços públicos e faz a democracia representar de fato o que é a nossa sociedade. Para construir um Brasil mais justo, precisamos continuar a lutar por uma representação equitativa que envolva todos os grupos. Isso não é só um favor às mulheres, mas traz benefícios para todo mundo, resultando em decisões mais ricas e inclusivas.
Barreiras estruturais, como a discriminação de gênero e a falta de apoio em redes políticas, ainda são obstáculos à subida de mulheres para os cargos legislativos e executivos. De Norte a Sul, os casos de violência política de gênero também reforçam um ciclo vicioso que desencoraja a participação feminina, criando um ambiente ainda mais hostil para as mulheres na política.