Utilizado nas maternidades da Rede Estadual de Saúde, o Método Canguru – cujo Dia Nacional é celebrado nesta quinta-feira (15) – é uma das estratégias eficazes para reduzir a mortalidade infantil, conforme ressalta a pediatra e neonatologista da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Sirmani Frazão. De acordo com a especialista, o método, que consiste em promover o contato pele a pele entre o recém-nascido e seus pais, também estimula o aleitamento materno e fortalece o vínculo familiar, especialmente em casos de prematuridade.
Sirmani explica que, no Brasil, o Método Canguru é uma política nacional de saúde desde o ano 2000. Segundo ela, trata-se de uma prática respaldada por evidências científicas, que tem como objetivo principal reduzir a morbidade e a mortalidade infantil, especialmente no período neonatal.
“Inicialmente, o método era indicado apenas para bebês de risco, como os prematuros, mas, hoje, se reconhece que seus benefícios são tão amplos que podem e devem ser aplicados a qualquer recém-nascido, mesmo para aqueles que nasceram no tempo gestacional normal, com peso ideal e sem comorbidades”, afirma Sirmani Frazão.
O método consiste no contato pele a pele entre o bebê e seus pais, com o recém-nascido na posição vertical, apenas de fralda, apoiado no peito da mãe ou do pai. “Esse contato constante melhora o desenvolvimento neurológico do bebê, fortalece o vínculo afetivo, reduz infecções e promove o aleitamento materno”, explica ela.
Além dos efeitos fisiológicos e emocionais, o Método Canguru também contribui para a melhora da ambiência nas unidades neonatais. “Cuidamos do ambiente, com o ruído, luminosidade e estresse controlados. Isso favorece não só o bebê, mas também o bem-estar da família”, destaca a pediatra e neonatologista da Sesau.
De acordo com informações da ONG Prematuridade.com, o método só é considerado completo quando realizado de forma orientada, gradual, segura e com suporte de profissionais capacitados. Entre as vantagens da prática estão a redução da permanência hospitalar, o estímulo ao aleitamento, a prevenção de infecções e o fortalecimento da autonomia dos pais nos cuidados com seus filhos.
