(G1) Nas eleições desse ano, chama atenção o número de donas de casa que se candidataram a uma vaga nas câmaras municipais. Foi um aumento de mais de 100% em comparação a 2008. A repórter Sandra Moreyra explica por quê.
Há 80 anos as mulheres brasileiras conquistaram o direito do voto. Hoje, são maioria do eleitorado, mas na política não chegam a ocupar 10% dos cargos eletivos.
Desde 1998, a legislação brasileira estabeleceu que os partidos deveriam ter uma quantidade mínima de candidatas. Essa cota era de 20%, passou para 30% em 2009. E a partir desta eleição, é obrigatório: o partido que não cumprir a cota pode ter a chapa impugnada.
Nestas eleições, cerca de 150 mil mulheres se inscreveram para disputar uma vaga nas câmaras de vereadores. O curioso é que boa parte dessas candidatas foi registrada como donas de casa. O número dobrou em relação às ultimas eleições municipais. Eram pouco mais de nove mil em 2008. Agora passam de 20 mil.
O pesquisador Jairo Nicolau explica que as cotas foram criadas como incentivo à participação feminina, mas os partidos tiveram dificuldade em conseguir candidatas.
“Acabou que no final eles recrutaram muitas pessoas que estavam filiadas aos partidos, mas não eram militantes efetivas. Pra preencher, ocupar, enfim, os 30%”, afirmou o cientista político Jairo Nicolau.
As eleitoras sentem que é preciso haver mais mulheres na política.
“As mulheres estão mostrando que são capazes em qualquer campo que ela atue, então na política é a mesma coisa”, disse uma senhora.
Acesse o pdf: Mulheres não chegam a ocupar 10% dos cargos eletivos no Brasil (G1 – 04/10/2012)