01/06/2013 – Um dia antes da Parada LGBT, caminhada lésbica pede Estado laico e fim da homofobia

01 de junho, 2013

(Portal G1) Evento reuniu cerca de 1.500 pessoas neste sábado. Marcha pede menos violência, menos preconceito e mais visibilidade.

Um dia antes da 17ª edição da Parada Gay de São Paulo, que acontece neste domingo (2), a Avenida Paulista foi palco da 11ª Caminhada de Lésbicas e Bissexuais contra a violência e preconceito. A concentração começou por volta das 12h30 deste sábado (1º), no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), onde começará também a Parada Gay. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 1.500 pessoas participam da marcha.

Carregando cartazes com dizeres como “basta de machismo, chega de racismo, fora lesbofobia” e “violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer”, o grupo pedia o fim do preconceito e respeito aos direitos.

As mulheres começaram a batucar, convocando as pessoas que passavam a se juntar no protesto. Algumas pegaram o microfone e gritaram “fora Feliciano”, em referência ao deputado federal do PSC-SP que preside a comissão de Direitos Humanos da Câmara.

Outros participantes, inclusive homens, travestis e estrangeiros usaram o microfone para discursar antes de começar a caminhada, defendendo os direitos e criticando o preconceito contra o relacionamento entre duas mulheres.

Saíram em caminhada às 14h15 com uma bandeira de arco-íris gigante e gritando “abre alas que as mulheres vão passar, com essa marcha muita coisa vai mudar”. A manifestação ocupou a faixa de ônibus mais uma faixa da pista sentido Rua da Consolação da Paulista e, depois, a faixa sentido Centro da Rua Augusta. As manifestantes pediam para que limpassem o lixo do chão para não deixar a cidade suja.

Célia Alldridge, militante em São Paulo da Marcha Mundial das Mulheres, diz que todas devem ser livres. “Estamos aqui pra desmascarar a lesbofobia, exigimos o direito de ir e vir livremente”, disse. “O casamento só não basta, queremos transformação social e mudar o mundo que vivemos e o sistema que nos mantêm prisioneiras dentro da nossa casa.”

Parada Gay, lésbicas, paulista (Foto: Danilo Verpa/Folhapress)

A estudante Beatriz Nunes Campello, de 18 anos, participa pela primeira vez da caminhada. “Temos que lutar pelos direitos. Fui muito segregada por ser diferente e acho que as pessoas têm que aceitar as diferenças.”

Não apenas homossexuais participaram da caminhada. A empresária Manuela Nunes, de 42 anos, é heterossexual  e fez questão de ir para protestar contra todos os tipos de discriminação. “Seria muito melhor para o nosso mundo se não houvesse preconceito.”

O ato seguiu até a Praça Roosevelt, onde seriam realizados shows das cantoras Joana Flor e Luana Hansen, das bandas Dona Selma vai à Feira, Anti_corpos e Santa Claus e dos DJs Barbara Deister e DJ Lix.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) monitora o trânsito na região desde o começo do evento até as 21h deste sábado. Por causa da marcha, sete linhas de ônibus tiveram seus itinerários alterados e, além disso, foram feitos bloqueios temporários nas vias durante a passagem dos manifestantes.

Caminhada reúne lésbicas e bissexuais na Avenida Paulista (Foto: Mariana Palma/G1)

Acesse em pdf: Lésbicas fazem caminhada na Av. Paulista um dia antes da Parada Gay (G1 – 01/06/2013)


(Agência Brasil) Centenas de pessoas participaram hoje (1º) da 11ª Caminhada de Lésbicas e Bissexuais, que teve início no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Manifestantes empunhavam uma grande faixa com os dizeres “O Estado brasileiro é laico” e pedindo o fim da homofobia. A Polícia Militar estimou a presença de 500 pessoas no início da caminhada. A expectativa dos organizadores era atrair 1,5 mil pessoas.

Os manifestantes fecharam três faixas da Avenida Paulista, sentido Paraíso-Consolação, e desceram a Rua Augusta até a Praça Roosevelt, no centro da capital, onde está programada, para mais tarde, uma série de shows.

“Esse é um evento político para trazer visibilidade à causa das mulheres lésbicas e bissexuais”, disse Mariana Rodrigues, da Liga Brasileira de Lésbicas e analista de relações internacionais, uma das organizadoras do evento.

Segundo Mariana, uma das principais lutas do movimento ainda é o do direito à vida, à segurança e à integridade do próprio corpo. “A gente tem muito medo de andar na rua e ser espancada. As mulheres, principalmente, sofrem estupros corretivos para que ‘possam deixar de ser lésbicas’. A integridade física é o mínimo e não é garantida. A violência homofóbica tem crescido muito, comprovada por pesquisas e estatísticas”, disse em entrevista à Agência Brasil.

11caminhalesbicasp fernandadonasci uol130Saiba mais: Caminhada de lésbicas em SP reúne centenas e pede Estado laico e fim da homofobia (UOL – 01/06/2013)

O casal Cristiane Eugênio e Ana Paula Maria do Carmo acompanhou o evento pela primeira vez. Casadas desde novembro do ano passado, elas relatam episódios de discriminação e contam que foram obrigadas a esconder o relacionamento por muito tempo, principalmente na igreja que frequentavam.

“Já sofremos preconceito. Ficamos nove anos em uma mesma igreja, mas lá não podíamos nos assumir [homossexuais]”, contou Cristiane. Hoje, elas frequentam um novo templo religioso que aceita as duas como casal. “As pessoas precisam respeitar a orientação sexual que nós temos e saber que isso não é um problema demoníaco e que também não é uma escolha: nós nascemos assim e vamos ser assim”, disse Cristiane.

Acesse em pdf: Centenas de pessoas participam da Caminhada Lésbica em São Paulo (Agência Brasil – 01/06/2013)

Saiba mais:
“Estamos em um retrocesso, pois a cada dois passos que damos, nós voltamos três. Por isso mesmo, é importante estar nas ruas lutando pelos direitos e liberdade individuais”, afirmou Mariana Meriqui Rodrigues, da Liga Brasileira de Lésbicas, desapontada com “fundamentalismos religiosos, atitudes homofóbicas do [pastor e deputado Marco] Feliciano e falta de vontade de alguns juízes em realizar uniões civis homoafetivas”. – ‘Cada dois passos que damos, voltamos três’, diz organizadora da caminhada lésbica (Folha de S.Paulo – 01/06/2013)
Lésbicas e bissexuais marcham na Avenida Paulista contra o preconceito (iG – 01/06/2013)
Pesquisadora debate conflitos familiares de lésbicas após descoberta da homossexualidade (Folha.com – 02/06/2013)

 

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