(O Globo) Organização do movimento estima que 4.055 homossexuais foram assassinados no país, de 1980 a 2011 Arco-íris.
Uma gigantesca bandeira do movimento gay é estendida pelos manifestantes na Avenida Rio Branco, durante passeata no Centro Na boa. Manifestantes mostraram bom humor no protesto, que não registrou incidentes Apesar de bem humorada, a passeata do Dia Internacional do Orgulho LGBT levou às ruas do Centro uma performance sobre a violência contra homossexuais e uma agenda muito bem definida, cujo ponto central era fazer pressão para derrubar o projeto de “cura gay”, de autoria do deputado federal Marcos Feliciano (PPS-SP). Cerca de mil participantes, segundo estimativas da PM, estenderam uma gigantesca bandeira do arco-íris, símbolo do movimento gay, ao longo do trajeto da Candelária até a Cinelândia. A Avenida Rio Branco chegou a ficar totalmente interditada, sendo liberada às 18h45m. O protesto foi pacífico.
O comércio na Rio Branco, que tem fechado durante as manifestações no Centro, permaneceu aberto. Do alto do prédio, muitas pessoas piscavam as luzes como forma de apoio ao ato. A todo momento, durante a passeata, os organizadores pediam em megafones que ninguém agisse de forma agressiva e que procurasse a polícia caso fossem ofendidos ao longo do percurso, o que não aconteceu. Nas faixas, uma das frases era “Errar é humano, insistir no erro é Feliciano”.
Pela criminalização da homofobia
Ainda na concentração, houve uma performance. Com roupas brancas pintadas de vermelho, simulando sangue, os manifestantes chamaram a atenção para crimes homofóbicos no país. De acordo com o presidente do Grupo Arco-Íris, Júlio Moreira, 4.055 pessoas morreram, entre 1980 e 2011, vítimas de preconceito. Somente este ano, o Estado do Rio já registrou a morte de 12 homossexuais. Em 2012, em todo o país, foram 338 mortes com motivações homofóbicas. Os números, segundo ele, são antigos, e podem ser ainda maiores.
– Embora seja o Dia do Orgulho LGBT, o principal motivo da manifestação é acabar de vez com o projeto da “cura gay”. Ninguém precisa ser curado, o Feliciano é que precisa ser tratado – afirmou Júlio Moreira. – Precisamos fazer pressão para a aprovação no Congresso da lei que criminaliza a homofobia, que tramita desde 2011 e está parada no Senado devido a pressões de extremistas religiosos. Somos um estado laico.
O coordenador do programa Rio Sem Homofobia, Cláudio Nascimento, disse que a luta contra o preconceito visa também a preservar as famílias de gays.
– As famílias são grandes vítimas do preconceito – observou, lembrando que está parado na Assembleia do Rio um projeto que impede a discriminação de homossexuais.
Acesse o pdf: No dia do orgulho LGBT, ‘cura gay’ mobiliza Rio (O Globo – 26/06/2013)